Resumo da sessão “Menos avião, mais imaginação!”, no 5º ENJC

No sábado, 22 de fevereiro, a ATERRA organizou a sessão “Menos avião, mais imaginação!” no 5º Encontro Nacional pela Justiça Climática, em Lisboa.

Sob o ruído dos aviões que sobrevoavam a cidade, o Kiko da ATERRA, partilhou sobre o projeto de expansão aeroportuária em Lisboa e as iniciativas da campanha – desde que o plano Portela + Montijo foi apresentado como consensual, até hoje, em que se tornou uma tragicomédia, de tão criticado. Sublinhou a necessidade de travar estes projetos este ano, de decrescer a aviação – o meio de transporte com maior crescimento e o mais poluente -, de travar os projetos de extensão, e recuperar a viagem, tornada consumo, enquanto verdadeira viagem. Anunciou um protesto no aeroporto este Sábado, dia 29, e a importância da greve climática de 13 Março como momento para marcar uma posição forte.

Rita, da Habita e Stop Despejos, falou do trabalho destes grupos pelo direito à cidade e o direito à habitação, diretamente ligada à luta contra a expansão aeroportuária, que poderia quase duplicar a pressão turística. Portugal não tem falta de casas – tem excesso de especulação imobiliária, de vistos gold, de turismo. Perante da crise de habitação, a resposta do sistema é construir mais – mas também o sector da construção é dos principais causadores de emissões e destruição ecológica. Denunciou o modelo do capitalismo rentista, que beneficia empresas como a Vinci ou as construtoras, em detrimento das pessoas e do ambiente. Convidou toda a gente para a marcha pela habitação, 28 de Março.

Daniel, via zoom desde Barcelona, partilhou sobre a recém criada  plataforma Zeroport. Junta comissões de bairros e grupos ecologistas, perante a ofensiva da expansão de infraestructuras portuárias e aeroportuárias em Barcelona. Surgiu depois da conferencia da rede Stay Grounded na cidade. O discurso evoluiu de “não à ampliação aqui” para “nenhuma ampliação mais”.

A Lara, ocupante/habitante da ZAD, também por zoom, partilhou o exemplo da luta que triunfou em travar o aeroporto de Notre Dame des Landes em França, em 2018 – após 50 anos de resistência e 10 anos de ocupação. Falou da importância das pontes que esta resistência permitiu criar, por exemplo entre ocupantes da zona e trabalhadores do aeroporto de Nantes, entre “cidadanistas” e “ilegalistas”; do envolvimento dos ocupantes nas lutas dos trabalhadores ou dos migrantes.

Várias pessoas presentes mencionaram a necessidade de uma abordagem construtiva, de discutirmos e propormos mobilidade mais justa e sustentável, o que a ATERRA se propôs fazer no dia seguinte,  na sessão “Viajar com os pés na Terra”.
 

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *