A campanha ATERRA congratula-se pelo chumbo da construção do aeroporto do Montijo, assim como a todas as organizações e pessoas que construíram a oposição a este projeto ao longo dos últimos anos. De acordo com o Expresso, a Autoridade Nacional da Aviação Civil (ANAC) chumbou o pedido de avaliação prévia de viabilidade do aeroporto do Montijo, apontando questões de legalidade, uma vez que todas as autarquias têm de dar parecer favorável, e que as Câmaras da Moita e do Seixal se têm mantido firmes na sua objeção.
Esta é uma vitória essencial numa luta onde não podemos dar-nos ao luxo de permitir a construção de novas infraestruturas que contribuam para o aumento das emissões de gases com efeito de estufa (GEE). Contudo, a ciência climática aponta para a necessidade de uma redução de mais de 7% das emissões por ano, em relação aos valores de 2018. Assim, o necessário é, não apenas um não-aumento da aviação, mas sim uma redução, e uma redução drástica.
O facto de continuarem a ser traçados projetos que têm como consequência direta um aumento das emissões de GEE evidencia que os compromissos do Governo para o combate à crise climática são, no mínimo, insuficientes. Esta é, portanto, uma vitória numa luta maior pela redução da aviação e das emissões deste setor.
É imprescindível que novas infraestruturas aeroportuárias sejam travadas, seja no Montijo ou em qualquer outra localização. E isto inclui a necessidade de travar a expansão do aeroporto da Portela.
Esta redução da aviação tem de ser feita de uma forma justa e planeada, que garanta salários, proteção social e requalificação para os trabalhadores envolvidos, e a criação de novos empregos com os pés na Terra, em setores como a ferrovia.